domingo, 4 de novembro de 2012

Rui Andrade desabafa e fala sobre sua prisão



No dia 07/10/2012, foi realizada uma das maiores festa da democracia Brasileira; As eleições municipais. Esta ação democrática é regida por varias leis, e também, por algumas normas. Sabemos que isto é necessário para que o pleito seja transparente e legitimo, e esta parte “legal” deve ser respeitada por todos; com tudo a aplicação da lei é feita por pessoas que estão executando as suas funções e cumprindo com suas obrigações profissionais.
Tudo isto, estaria perto da perfeição, se no momento da aplicação das leis e das normas, os profissionais fizesse uso do bom senso, na hora de aplicar a lei; digo isso senhores leitores, porque vou relatar um fato ocorrido, neste Domingo – “fui convocado pela justiça eleitoral, a comparecer a sessão 68, como suplente e após ser dispensado, exerci minha obrigação e meu direito como cidadão que é votar. Ato concluído, fui para casa, que ao chegar, encontrei meu primo que já me aguardava para que eu levasse sua esposa, que também é minha prima, a qual tem problemas psiquiátricos, coordenação motora e também é obesa. Ao me dirigia a cidade, encontrei pelo caminho, uma conhecida e resolvi levá-la, já para me precaver de ser acusado de esta fazendo politicagem, já que a mesma é mãe de um conhecido cabo eleitoral da coligação “ Unidos Para Mudar”.
Qualquer um pode entender que uma pessoa nessa situação não pode se locomover por si própria, por este motivo tive que trazê-la acompanhada do marido, e mais uma senhora vizinha que sempre que necessário, acompanha essa doente para auxiliar em sua locomoção; coincidentemente essa senhora também é minha parente.
Logo ao entra na cidade, próximo ao local de votação, fui cercado por vários motociclistas, onde apenas um era credenciado pela coligação “Unidos Para Mudar”; observei que todos estavam sem capacetes, e acredito que as motos em situação irregular, assim como seus condutores, provavelmente inabilitados; pois isso é pratica comum em nossa cidade e do conhecimento de todos. E ai em pergunto: cadê a aplicação da lei a estas pessoas?.
Fui conduzido a delegacia por volta das 10 horas da manhã, deixando minha prima, já passando mal, com seu marido e a outra prima, todos estarrecidos; inclusive, o policial e o agente judiciário que foram acionados, constataram que se tratava de uma pessoa que é impossibilitada de andar só. Porem eles tinham que aplicar a lei.
Da delegacia fui levado direto para cadeia comum, neste momento, me surpreendi, pois acreditava que pessoas presas por crimes eleitorais, em dia de eleição, eram levadas para locais pré-estabelecidos, para que ao finalizar o pleito, o juiz determine sua fiança. Será que não a nada na lei sobre essas situações especiais?. Eu pergunto: será que a aplicação da lei foi correta?.
Na cadeia, tive contato com os detentos, e lá fiquei sabendo, que os detentos nunca! Tiveram acompanhamento de assistência social, e nem tão pouco suporte da defensoria publica; sem contar que a estrutura física do local, é de péssimas condições e insalubre para o uso humano, e pergunto novamente; Cadê a aplicação da lei?. (nesta repartição, os detentos contam com o bom censo dos profissionais que nela trabalham).
Já na segunda-feira, ainda na cadeia, fui informado pelos meus familiares que não teria data para sair, pois o Juiz não se encontrava na cidade para arbitrar minha fiança. Vale lembrar que até o fim do pleito no domingo, eu era o “ÚNICO PRESO”, para que o senhor juiz tomasse as providencias cabíveis. Lembro aos leitores, que a comarca de Aroeiras e de Gado Bravo, e estamos falando de aproximadamente de 35 Mil Pessoas, dependem do Fórum de Aroeiras, e que no passado não tão distante, essas comarcas contavam com Promotor e Juiz residente em Aroeiras, hoje, não contamos com esse beneficio que nos é assegurado por lei, segundo a Constituição Federal (artigo 93, inciso 49).
Concluo esta narrativa, agradecendo a todos que a leram, e peço um pouco mais de sua atenção, para que todos saibam que estou no meio político desde os meus 18 anos de idade, onde participei com o Partido da Juventude, no movimento das “Diretas Já” onde lutei no Rio de Janeiro - RJ, para que todos nós, tivéssemos o direito ao voto direto para a escolha de nossos representantes políticos; participei junto com milhares de jovens, também no RJ, no movimento dos “Caras Pintadas”, onde conseguimos ajudar a colocar para fora um presidente corrupto, (Fernando Collor), fiz parte também, em forma de assinatura da criação da lei da (Ficha Limpa); prestei serviço militar a minha pátria; e por duas eleições fui convocado para servir a justiça eleitoral, e cumpri com todas as minhas obrigações como cidadão, ao país que tanto amo.
Vou fazer 50 anos de idades, já fui candidato a vereador em Aroeiras, nunca tive nem um problema com policia ou justiça, e hoje cai nessa.
E após ouvir aqui na cadeia que, “ Deus escreve certo por linhas tortas”. Decidi relatar o que passei, pois foi daqui que vi a mudança no poder legislativo e executivo. Mudanças estas feitas por milhares de pessoas, através do voto.
E já que fui o único que sofri com a aplicação da lei eleitoral, serei eu em voz única a clamar a todos que quiserem me ouvir: A lei tem que ser aplicada... A todos!!! 

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